segunda-feira, 30 de maio de 2011

Nem tudo são flores..

Hoje tenho que fazer uma confissão: nem tudo são flores.
A maioria das lembranças, graças a Deus são de coisas boas, mas hoje me sinto obrigada a contar a vocês uma passagem que não vai deixar ninguém orgulhoso, garanto.
Tirem as crianças da sala, por favor senhora número dois, leia atentamente e só deixe seus filhos lerem se julgar que não ficarão traumatizados com essa estória. O mais importante: não repitam isso em casa.
Bem, lá vai hein? Ainda há tempo de parar a leitura e ficar na ignorância desse fato.
Pensem bem, vão continuar?
Pois então, declaro que esse blog e a pessoa que lhe escreve nessa hora, não se responsabilizam por qualquer tipo de dano, seja ele psicológico ou físico a quem quer que seja.
Era um lindo dia, mas uma dor de cabeça insistente, não me deixava em paz. Então, meu queridíssimo irmão número dois veio com a salvação: irmãzinha querida tome esse remedinho que é milagroso. Deixei-me levar pela credibilidade que aquele super irmão posuía e tomei o remedinho milagroso. Mas, a tal dor de cabeça não passava e, ao mesmo tempo, havia um sorriso no canto de sua boca que me chamou muito a atenção. Decidi investigar. Qual não foi a minha surpresa quando descobri que o tal comprimidinho havia sido confeccionado cuidadosamente com giz. Isso mesmo meus caros leitores, o mesmo giz usado para escrever em quadro negro ou lousa pelos nossos mestres nas escolas. Vocês conseguem acreditar que aquela criatura tão amável foi capaz de confeccionar um comprimido de giz, perfeito, até com a linha de corte ao meio? Pois é, imaginem minha cara quando descobri, meu mundo caiu!! Foi muito difícil acreditar, demorei muito! É até difícil para mim falar nesse assunto até hoje. Estou aos prantos!! Desculpem, mas estou sem condições de continuar esse relato, até a próxima!! Bye bye!! so long!! farewell!!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Italianos, será??

Há algum tempo comentei sobre a influência italiana na nossa criação. Nossa bisavó Rosa era italiana. Nossa mãe sempre comentava que muitos pratos que ela preparava, ela havia aprendido com sua avó Rosa, aliás pratos deliciosos. Eu conheci nossa bisavó, mas uma das poucas lembranças que guardo referem-se à visitas à casa da tia Lila e tio Ermínio em Louveira. Lembro bem de vê-la sentada em uma cadeira de palha linda. Depois só me lembro dela na cama devido à uma fratura no fêmur.
Tenho planos de postar algumas receitas da nossa mãe nesse blog, espero um dia fazê-lo. Mas, conto com a colaboração de todos para isso, afinal imagino que todos gostariam de ter acesso à essas receitas maravilhosas.
Tudo isso é para explicar o porque deste post de hoje. Trata-se de uma piadinha que traduz bem o way of life italiano, espero que gostem!! Essa colaboração veio da número quatro.

Amici miei, questo sonno io, italianissimo. Vedette ancora....

Sapete come sono i figli americani e come sono gli italiani?
Allora sentite bene:

Filhos Americanos: Saem de casa aos 18 anos com total apoio dos pais..
Filhos Italianos: Saem de casa aos 35 anos, depois de poupar o suficiente para comprar casa e pagar duas semanas de lua de mel quando casarem... Mesmo assim, mantém um quarto na casa dos pais para os fins-de-semana.

Filhos Americanos: Quando a mãe os visita leva um bolo, os filhos servem café e eles conversam.
Filhos Italianos: Quando a mamma os visita, leva comida para 3 dias, lava e passa roupa, limpa e arruma a casa.

Filhos Americanos: Os pais sempre avisam quando vão visitá-los e isto acontece só em ocasiões especiais.
Filhos Italianos: Eles nunca sabem quando os pais vão aparecer às oito da manhã de sábado e começar a podar as suas árvores frutíferas. E, se não houver árvores frutíferas, eles plantam.

Filhos Americanos: Sempre pagam aluguel e procuram nas páginas amarelas quando precisam de algum serviço.
Filhos Italianos: Ligam para os pais e tios, pedindo o telefone de outros pais/tios que possam saber do serviço que eles precisam

Filhos Americanos: Visitam os pais para comer um bolo com café - e fazem só isso, mais nada.
Filhos Italianos: Visitam os pais para tomar um café, comer bolo, antipasto, vinho, um bom prato de massa, carne, salada, pão, sobremesa, frutas, expresso e uns drinks após o jantar.

Filhos Americanos: Cumprimentam os pais com "Oi" e "Olá".
Filhos Italianos: Cumprimentam os pais com um grande abraço, beijos e tapinhas nas costas.

Filhos Americanos: Tratam os pais por sr. e srª.
Filhos Italianos: Tratam os pais por mamma e babbo..

Filhos Americanos: Nunca viram os pais chorar.
Filhos Italianos: Choram junto com os pais.

Filhos Americanos: Devolvem o que pedem emprestado aos pais em poucos dias.
Filhos Italianos: Ficam com as coisas que emprestam dos pais por tanto tempo que os pais esquecem que são deles.

Filhos Americanos: Quando o jantar acaba vão para casa.
Filhos Italianos: Quando o jantar acaba ficam horas conversando, rindo ou simplesmente confraternizando.

Filhos Americanos: Sabem pouco sobre os pais.
Filhos Italianos: Podem escrever um livro sobre os pais.

Filhos Americanos: Comem sanduíches de manteiga de amendoim, geléia e pão de forma branco.
Filhos Italianos: Comem sanduíche de salame, queijo colonial, pão caseiro, crostoli, conservas...

Filhos Americanos: Deixam você para trás se é isto que a maioria está fazendo.
Filhos Italianos: Não lhe abandonam mesmo que a grande maioria ache normal abandonar.

Filhos Americanos: São amigos do momento.
Filhos Italianos: São amigos por toda vida.

Filhos Americanos: Gostam de Rod Stewart e Steve Tyrell.
Filhos Italianos: Gostam de Laura Pausini e Andrea Bocelli

Filhos Americanos: Vão ignorar esta mensagem.
Filhos Italianos: Vão repassar per tutti gli amici oriundi

domingo, 22 de maio de 2011

O irmão número dois

Nossa mãe dizia que quando estava grávida do número dois, sempre ouvia no rádio um programa de uma pessoa que ela considerava muito inteligente, assim, decidiu dar seu nome ao bebê. Interessante é que é difícil imaginar que essa sua idéia poderia dar certo, mas não é que funcionou! Analisando friamente alguns diriam que ele é totalmente razão, mas eu afirmo: ele é uma das pessoas mais inteligentes que conheço com um enorme coração. Talvez até, se ele pudesse escolher preferiria não ser tão sensível e ter um coração desse tamanho para não sofrer, mas tem! Na minha concepção, uma pessoa inteligente tem coração enorme pois naturalmente ela será uma pessoa justa, honesta, que respeita e ama seu próximo, e ele é tudo isso e talvez mais um pouco...
Sempre tive admiração e respeito enormes por ele, sabe aquela criança que nunca brigava com ninguém, que não gostava de mascar chiclete? Isso era o máximo para mim. Muitas vezes eu chegava da escola com dúvidas monstruosas, que jamais conseguiria entender, mas os meus super irmãos números dois e três faziam essas dúvidas se transformarem nas coisas mais simples do mundo! Quando eles terminavam de me explicar a matéria tão nebulosa eu dizia: era isso que o professor queria dizer? Não acredito... Eles tinham esse poder e eu me sentia a pessoa mais sortuda por tê-los como irmãos, pois pobres daqueles que não os tinham em casa para ajudá-los.
Esse meu super irmão também tinha resposta sábias para minhas perguntas. Meu primeiro amiguinho era nissei. Eu ficava maravilhada vendo ele e seu pai conversando em japonês. Um dia cheguei sismada e perguntei ao meu irmão como meu amiguinho podia entender o que o pai dele falava em japonês. Então veio uma resposta surpreendente: você não entende o que seu pai fala? Então ele também entende o que o pai dele fala, ué! Essa resposta foi tão surpreendente que lembro dela até hoje!
Um dia nossa mãe, já cansada com a bagunça no quarto dele pediu que ele guardasse as coisas e que mantivesse o seu quarto arrumado, então ele respondeu: mãe, imagine que a porta do quarto é a porta do armário, então já está tudo guardado!!
Quando ele estava no primeiro ano, sempre nossa mãe recebia reclamações da professora porque ele sempre dormia na aula e que não tinha o menor interesse pelo estudo. Pouco tempo antes do final do ano nossa mãe foi avisada que ele seria reprovado. Então ela prometeu a ele que se conseguisse ser aprovado ela lhe daria uma bicicleta. Adivinhem o que aconteceu... claro que ele conseguiu a bicicleta, ora!
Nossa mãe adorava contar que quando ele era bem pequeno ainda, era muito engraçadinha a forma como ele falava as coisas no diminutivo. Por exemplo, sapatinho para ele era sapatotinho. Quando alguém pedia para ele falar o diminutivo das palavras, ele já soltava vários pois sabia que iriam perguntar outros, então ele respondia: sapatotinho, bonecaquinha, salsichachinha. Era a sensação!
Nossa mãe também falava que ele era pior do que o fradinho, um personagem de estórias em quadrinhos que insistia tanto nas coisas até vencer pelo cansaço. Ela dizia que tinha trauma de certa vez que ele queria um foguetinho. Ela dizia que naquele dia, ele a perseguiu o dia todo pedindo para ela comprá-lo. Dizia que chegou uma hora que era só ela olhar para ele que ele dizia: mas é só 1,99 mãe!
Uma das boas lembranças que guardo é eu, ele e nossa mãe conversando na cozinha da nossa casa. Ele me explicava porque o avião voava, como a geladeira gelava e muitas outras coisas interessantes. Ele é assim, em uma conversa normal explica de uma forma super simples coisas que parecem impossíveis de entender. Além disso, guardo comigo vários conselhos que me dava quando pedia ajuda a ele.
Uma lembrança marcante foi quando comemorávamos a minha aprovação no vestibular. Lembro que ele não estava feliz. Quando perguntei a ele o porque, respondeu que achava que eu devia fazer outro curso pois aquele não era reconhecido como superior e que eu enfrentaria dificuldades mais tarde. Mais uma vez ele estava certo, mas o interessante foi, em meio a toda aquela alegria e comemoração, ele ter a coragem de assumir o que pensava de verdade. Poderia até ter ficado chateada, mas sabia que ele estava preocupado com meu futuro.
Ele e o número três adoravam dar uma de machista. Quando viam barbeiragens no trânsito comentavam: só podia ser mulher! Um dia disse a ele: engraçado, vocês vivem criticando mulheres no trânsito então por que falam para eu fazer a carteira de motorista? Querem mais uma mulher no trânsito? Então soltou mais uma de suas pérolas: você é inteligente porque é minha irmã. Não sabia como me sentir: lisonjeada com o elogio ou louca da vida pela sua cara de pau.
Ele foi meu professor na faculdade, não preciso dizer que o melhor professor que já tive na vida! Era emocionante vê-lo entrar na sala para dar aula, o orgulho era grande, dava vontade de falar aos outros alunos: vejam, é o meu irmão!!! Como sempre foi maravilhoso!! Tive que aguentar muita brincadeira por parte dos meus colegas, diziam que eu já tinha visto a prova antes da hora, pediam para eu contar as questões, etc. Depois, alguns anos mais tarde foi meu chefe indireto. Um dia ouvi o seguinte de uma pessoa que era sua subordinada: agora que seu irmão é meu chefe estou tranquila, pois sei que se ele tomar alguma decisão contra mim, ele estará sendo justo. Isso foi uma das coisas mais bonitas que já ouvi, mais ainda porque veio de uma subordinada sua, foi muito legal!!
Graças a Deus, ele é um dos raros casos de pessoas inteligentes, competentes, batalhadoras que foram reconhecidas. Foi super bem sucedido na sua vida profissional além da pessoal. Acho que nunca o vi tão emocionado como no dia em que nasceu sua primeira filha e sua alegria quando sabia que seria pai na gravidez de seus outros filhos.
Tem muitas outras estórias, mas com essas acho que consegui dar a vocês uma idéia de como, na minha concepção, é o meu irmão número dois!!